SER MÃE
Este texto apresenta autoria desconhecida, e me foi encaminhado pela Carol, do meu serviço. É perfeito e traduz em palavras tudo.
Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona
que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.
'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio
de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'
'Vai mudar a sua vida,' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro.
'Eu sei,' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos
finais de semana, nada de férias espontâneas.. .'
Mas não foi nada disso que eu quis dizer.
Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que
dizer a ela.
Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai
aprender no curso de casais grávidos.
Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à
luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão
exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler
um jornal sem se perguntar:
'E se tivesse sido o MEU filho?'
Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar.
Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de
fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu
terno estiloso e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se
mãe irá reduzí-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote.
Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela
derrube um suflê na sua melhor roupa sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira,
ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade.
Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia
ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu
bebê.
Ela vai ter que usar cada milímetro de sua
disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que
o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do
dia a dia não mais serão rotina.
Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao
banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme
dilema.
Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças
gritando, questões de independência e do gênero serão pensadas contra a
possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no
banheiro.
Não importa o quão assertiva ela seja no escritório,
ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero
assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela
jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante,
será de menor valor quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para
salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida,
não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os
deles.
Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma
cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como
ela pensa.
Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode
amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita
em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará
por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as
mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito
e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso
pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno
temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o
futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme
emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.
Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um
bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez.
Eu quero que ela prove a alegria que é tão real
que chega a doer.
O olhar de estranheza da minha filha me faz
perceber que tenho lágrimas nos olhos.
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma
prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais
que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados...
Este presente abençoado de Deus...que é ser Mãe.
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